segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Minhas pequenas Grandes Coisas

Oi, pessoalzinho!

Após certa ausência, tenho coisas importantes pra contar a vocês.

Esta semana, a coisa andou feia! Tive crises, quebrei coisas, gritei. Algo que me admirou bastante, aliás, foi a crise que tive quando estava na casa do meu namorado. Era madrugada, acho que ele estava dormindo. E acho que me senti abandonada. Sempre me sinto abandonada. Talvez seja TPM esta tempestade pela qual andei passando. Só sei que eu não conseguia nem pensar durante esta crise, eram só sensações e, por não conseguir pensar, eu também não conseguia falar. Eu ria, eu chorava, eu parecia drogada. Até que o Helder colocou a mão em meu rosto e suspeitou que eu estivesse com febre. E, sim, eu estava. Nada do outro mundo, apenas uma febre de 38 graus.

Não tive mais febre depois disto. A explicação é: a atividade no meu cérebro estava extremamente mais intensa do que o "usual", demandando mais oxigênio, que é transportado através da circulação sanguínea, que, então, aumentou e, enfim, elevou a temperatura do meu corpo.

Mas isto são apenas hipóteses. Possíveis e bem prováveis, mas ainda hipóteses.

Esta não é a questão. A questão é que minha semana foi cheia destas coisas, e eu cada vez mais retraída, pensando que nada poderia me ajudar. Eu estava até começando a pensar que fosse um erro escrever neste blog.

Até que meu namorado precisou sentar ao meu computador para fazer um trabalho da faculdade (a esta altura, já estávamos em minha casa, e isto aconteceu nesta madrugada). Eu não podia me sentir só, abandonada. Sabia que isto poderia acontecer, então, me antecipei: dispus meu material de desenho sobre aquela mesinha branca e pensei em começar a desenhar.

No dia em que comprei o material para esta atividade, também trouxe para casa um caderninho, que eu não sabia qual utilidade teria.

Bem, eu descobri, e - puxa(!) - tem uma utilidade maravilhosa!

Primeiro, escrevi meu nominho na página de dados pessoais. Depois, fiz isto na página seguinte:


Não sei se está legível, mas o que está escrito é: "Caderninho da Hamires . Minhas pequenas Grandes Coisas".

Mesmo depois de fazer este desenho, eu ainda não sabia o que eu escreveria. 

Acontece que, durante uma conversa com o Helder, eu precisei organizar meus pensamentos através da escrita - meio pelo qual já é de meu conhecimento que consigo organizar melhor do que falando, e que uso, inclusive, na psicoterapia, quando não estou conseguindo me expressar. Sabe essa coisa de "jogar as palavras"? Daí, organizo visualmente, colocando-as em colunas, fazendo relações entre elas, estas coisas.

Escrevi na próxima página do caderno. Então, descobri para quê serve o caderninho.

Bombardeei o coitado! Só nesta madrugada, foram cinco expressões diferentes. Consegui ter insights, e pensar em formas de me organizar. Consegui reavivar minha esperança, ou melhor, acho que, agora, eu realmente acredito que posso sair dessa!

Acho que é de conhecimento geral que o ego de um border não se desenvolveu sadiamente, sendo confuso, encolhido num canto qualquer da mente, reprimido pela batalha entre o superego e o id, em vez de mediá-la e se beneficiar dela.

Pois, muito bem. De repente, eu entendi - de repente, não, pois houve todo um processo de associação, compreensão e desenvolvimento da própria compreensão, mas, 'whatever...' - que toda vez que jogo uma conquista minha no lixo, uma iniciativa minha no lixo, uma felicidade minha no lixo, ou mesmo minha raiva, minha tristeza, meus desejos, sempre pensando em 'onde determinado sentimento pode levar', pois: minha felicidade não anula minha dor, então ela é descartável; minhas conquistas não anulam minhas derrotas, portanto, de nada servem; minha raiva vai gerar atrito, o que vai me deixar vulnerável à introsão do outro no meu 'eu', então seu lugar é o lixo; entre outros funcionamentos meus, todas estas vezes, estou jogando a Hamires no lixo, arrancando um pedacinho meu, mantendo o buraco aberto, a ferida doendo, sem nunca cicatrizar.

A dor é o que resta quando se tira tudo o que poderia começar a formar o "todo" almejado, o ego, o self sadio, ausência pela qual sofro e me lamento.

Cheguei à conclusão de que, através desta pequena e simples ação, posso ter um porto seguro, onde eu posso ser eu mesma, sem me preocupar com o que pensarão, com  o que falarão, se é certo ou errado, se é válido ou não - claro que é válido(!), é meu(!), eu sou alguém(!) -, e assim permitir que, enfim, meu ego se desenvolva e eu deixe de ser uma pessoa pela metade.

Há mais coisas que gostaria de contar sobre esta madrugada e sobre o que o caderninho já me trouxe, mas fica para a próxima.

Um abraço carinhoso em todos, e beijinhos nas mãos das donzelas.

2 comentários:

  1. Você leu lá no meu blog que a estação da primavera é a época dos surtos e crises? O.o

    Muuuitos leitores do blog estão em crise ou surto, ou acabaram de sair de um.

    ResponderExcluir
  2. Ahh e é CLAAARO que sua letra está legível sua boba rsrsrs :)

    bjosss

    ResponderExcluir

Para permitir comentários anônimos, a moderação está ativada e seu comentário será publicado após revisão de um dos autores.

Obrigada pela visita! =)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...