sábado, 27 de outubro de 2012

Uma semente seca

Oiiii!!!

Faz tempo... rs.

Esta semana tive consulta com meu psiquiatra, ele dobrou a dosagem da minha medicação. Isto não é nada demais, visto que eu tomo apenas um medicamento, a quetiapina, que veio para mim, a princípio, com o objetivo de controlar sintomas de despersonalização desencadeados por minhas crises de ansiedade, e como sedativo. Agora - e com certeza era um objetivo desde o início -, a ideia é que seajm aproveitadas também suas propriedades antidepressivas.

Meu médico é bastante cuidadoso, vejam: eu comecei tomando apenas 25mg/dia, depois 50mg/ dia, e, desta vez, devo tomar 75mg durante 7 dias para, então, passar a 100mg. Isto permite que ele vá observando com detalhe os efeitos do medicamento escolhido pelo no meu organismo, e, assim, o tratamento seja baseado sempre em muito critério.

Mas eu tenho a sorte de estar sendo cuidada por um psiquiatra que, acima de tudo, é muito humano, não é "bitolado" em farmacoterapia e nas origens genéticas e biológicas das patologias, e entende que eu cheguei a esta condição devido à forma como me desenvolvi psicologicamente.

Ele me disse algumas coisas muito interessantes nesta última consulta:

Estávamos conversando sobre minhas dificuldades em lidar com tarefas e situacões sociais. Eu perguntei: "será que algum dia eu conseguirei realizar tarefas?". Eu não consigo! É mais forte que eu. Ele entende que é.

Ele me respondeu que sim. Ele me disse que nunca viu um paciente regredir; que todo avanço é algo permanente. "O que você alcança é seu."

Ele fez alguns comentários daqueles que ele sejmpre faz sobre como eu não cresci nas condições mais favoráveis para me desenvolver emocionalmente, e eu perguntei: "e a vida é favorável para alguém?".

Ele fez a seguinte comparação:

Imagine que eu coma melancia e jogue a semente pela janela. É muito improvável que ela chegue a germinar, mas suponhamos que ela, por sorte, caia em uma pequena fresta na terra e consiga se aninhar ali, e que tenha a sorte também de o tempo colaborar e chova, e as condições sejam favoráveis para que ela germine.

Mas isso é muito improvável.

Agora, se eu falar para você: "vamos ali plantar uma semente", e a gente afofe a terra, adube, regue, e cuide para que essa semente germine, muito provavelmente ela vai vingar.

Ele disse: "a criança é a semente".

Certo. Eu entendi tudo. Amei a comparação. E acrescentei:

"Então, nessa comparação eu sou uma semente seca."

Seca porque o tempo passou e eu não germinei.

E ele disse: "agora você fez uma comparação... sublime! Você é uma semente seca, mas não uma semente morta. Na época em que deveria ter germinado, as condições não foram favoráveis, mas ainda pode germinar, só que precisa de mais cuidado."

Eu não sou uma semente morta. Eu ainda vou germinar!


Um abraço carinhoso a todos.

Um comentário:

  1. Uma vez eu li uma notícia e nunca mais esqueci... hoje quando li o que vc escreveu, me lembrei dela. Pra você:

    http://hypescience.com/apos-31-mil-anos-cientistas-fazem-semente-brotar-novamente/

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