terça-feira, 27 de setembro de 2011

Desenho, pintura, isolamento social e crianças macabras

Hoje, eu quero falar, aqui, de desenho e pintura. Não tecnicamente, obviamente (risos).

Lembro-me que eu tinha um caderno de desenho, que eu rabiscava para me expressar. Este caderno não existe mais. Perdi em um acidente destes da vida, onde fazemos coisas idiotas e sofremos as conseqüências. Mas não é disto que quero falar.

Dentre os desenhos contidos naquele caderno, havia uma espécie de auto-retrato, que era um desenho mal feito e mal pintado dos meus braços cortados e sangrando. Havia outro, onde uma figura humana abstrata carregava o mundo nas costas e, em volta, haviam manchas pretas, como se a realidade estivesse sumindo. Outro, ainda, era uma moça que flutuava, de olhos fechados, seus braços e pernas terminavam pontiagudos, sem mãos e pés, e em volta dela havia uma energia em faixas, lilás, amarelo e verde água. O outro era o rosto de uma mulher gritando, congelada (havia o desenho do gelo), como se tivesse congelado no momento em que gritava, e assim permaneceu. Em outra folha, desenhei uma rosa congelada.

Não me lembro, neste momento, dos outros desenhos.

Eu gosto de desenho, mas não sei desenhar. E gosto de pintar, mas não sei pintar. Eu pretendo aprender, e já dou minhas rabiscadas, porque é gostoso e não tem nada de mal em desenhar sem saber, é só que eu quero fazer isto com mais liberdade e a técina traz isto.

Eu não conheço a história da arte e as obras dos grandes artistas. Eu passei os últimos 21 anos dentro de uma bolha. Não conheci música, arte, não soube do que se passa no cotidiano, no mundo, não desenvolvi relações íntimas com as pessoas ou com as situações que eu vivia. Muitas vezes, eu até não fazia idéia de que dia do mês era, outras, não sabia em que dia da semana estávamos, e toda vez que chega um feriado eu só descubro quando percebo que está todo mundo em casa. Eu já cheguei a esquecer meu próprio aniversário - que, por acaso, é amanhã - por mais de uma vez.

Mas estou entrando em contato comigo, aos poucos, e com minhas aspirações, minha essência.

Sempre gostei de ir a museus e exposições e tenho vontade de conhecer a história da arte, observar as obras. Entender a história ainda não me fascina, mas ter um contato mais íntimo com este universo é algo que eu desejo.

Acho que vou procurar livros sobre isto. Sei que acabei de dizer que a história da arte não me fascina, mas através dela obterei um rumo para conhecer o que realmente quero

Também andei olhando desenhos na internet, e encontrei duas artistas que me encantaram. Uma é a Adriana Ramalho. Encontrei o portifólio dela há algumas semanas, quando pesquisava desenhos em pastel oleoso.

Este é um desenho dela. Gosto muito.


Outra, é a Kika Goldstein. Encontrei hoje, quando procurava o site da Adriana.


Gosto destas visões que misturam o abstrato com o concreto, elas retratam como é, de fato, o sentir da gente, e "da gente" significa todo mundo. O normal é sentir desta maneira, internalizando a coisa, tornando-a particular, com um aspecto único, cheio do que há dentro de nós. Nada contra o realismo, ele tem seu valor e seu lugar. Neste aspecto, eu, particularmente, prefiro as pinturas feita com tinta, observar as pinceladas que o pintor juntou, uma a uma, para formar um todo e retratar fielmente o que ele via.

Estou pensando em mostrar a vocês alguns dos meus rabiscos. Querem ver? Não são técnicos, mas foram pintados pela minha alma, e fizeram um bem lascado a ela também.

Este é o primeiro que eu pintei, quando minha amiga, Bruna, me convidou para desenhar com ela. Aliás, agradeço a ela por ter me posto denovo em contato com este meu lado, foi algo muito importante!


Já, este, eu fiz depois de comprar meu próprio material, e eu até o postei no outro blog.


Ai, isso é tão legal!

O pior é que tem vários desenhos sem pintar alí na minha pasta.

No material que tenho, tem tinta acrílica, lápis, borracha, apontador, blocos de papel canson, pincéis, pastel oleoso (falar "pastel oleoso" parece chique, né, =P), esfuminho, paletinhas, godet, e uma pasta, onde guardo os desenhos. Quero comprar telas. Deve ser muito gostoso pintá-las!

Acho que vou abrir uma campanha "Ajude a Hamires a se tornar uma artista". Se 310 pessoas me doarem, cada uma, 50 centavos, eu já poderei pagar um mês de aulas de desenho artístico!

Hehe. É brincadeira. Não vou fazer isso, não. Que patético.

Então, e este é um desenho que eu idealizei quando estava na sala, e vi o reflexo do relógio no vidro da televisão desligada. A princípio, seria somento o relogio, com esse fundo cinza, mas eu comecei a devanear, e quando eu devaneio, já viu!


Nossa! Este desenho, com essas fibras viscerais, me lembrou que, esta noite, antes de dormir - quando eu estava tentando dormir, na verdade -, ficaram me assombrando imagens, dentro da minha cabeça, de uns rostos de crianças, e era assustador, um tanto sanguinolento. Elam sorriam, com cara de quem aprontou. Daí, me lembrei que hoje é dia de Cosme e Damião. Sinistro, isso.

Mas, voltando, estes são os desenhos. Não os bombardearei mais com eles - pelo menos, não neste post.

Ah, essa coisa toda de pintura e desenho e artistas e contato com o mundo das artes me lembrou que, quando eu estava na sexta ou na sétima série do ensino fundamental, não me lembro ao certo, nós fomos ver a exposição das obras de Picasso, na Oca, e tínhamos um trabalho de artes para fazer sobre esta visita. O solicitado foi que escolhêssemos uma das obras que estavam lá e a reproduzíssemos, com nossa própria visão.

Hoje, entendo que é porque era isto o que Picasso fazia, mas, na época, não me apercebi disto.

Bem, o fato é que eu escolhi, de propósito, um dos desenhos mais simples - justamente porque eu não entendia bem o que era para fazer - como os desenhos de Picasso que estão logo abaixo, mas não era nenhum desses - eu acho. Não me lembro qual era. Eu revirei as obras de Picasso na internet, para tentar reconhecer o desenho que eu havia escolhido, mas não reconheci.



O fato é que eu até hoje não entendi por quê eu fui a única que tirou nota 10. Eu só tentei fazer o desenho o mais parecido possível. Onde está a minha interpretação nisso? Vai entender...

Bem, deixa eu ficar por aqui, porque já falei demais.

Um tchauzinho cheio de gracejos.

Um comentário:

  1. Faz muito Bem Hamires, utilizar esse contato com a Arte para expressar o q Vc se sente, existe um Trecho no Livro de Daniel Goleman (Inteligência Emocional) que fala sobre isso, Eu desenhava antes mas por sintomas de depressão parei, talvez eu volte a desenhar novamente.Espero que fique Bem, Vc e todos Nós superaremos os sintomas.

    Guilherme

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Obrigada pela visita! =)

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