quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Não é diferente

Esta semana fui ao oftalmologista. Semana passada perdi o psiquiatra. E hoje tem psicóloga.

Estou tentando voltar à ativa. Preciso de uma agenda bem definida, e de coragem para dormir à noite.

Comecei a fazer muay thai! É... esse merece um post. Mas não será este.

Estou apaixonada.

Tenho problemas em controlar os gastos, o que é bem complicado quando você não tem um emprego.

Eu pretendo começar a usar lentes de contato! Será bom! Mas, nossa, como é caro!

E aí? Muito diferente da vida de quem não tem TPB?

A gente ama, a gente estuda, a gente trabalha, a gente sorri, a gente chora, a gente tem compromissos, a gente não gosta de algumas coisas... Tudo isso faz parte. Faz parte da vida.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Eu não sou Border. Eu sou Hamires


Chega uma hora em que a gente percebe o quanto é necessário se desvincular do estigma de ter TPB – ou um outro transtorno qualquer -, mas entre perceber e realmente concluir a cessão do vínculo há uma enorme distância.

A criação deste blog é prova de quanto tempo faz que percebi esta necessidade, mas, observando meus sentimentos e atitudes, vejo que ainda tenho muitos passos a percorrer neste caminho.

Neste aspecto, me encontro em uma nova batalha. Das pessoas que pensam que o que acontece comigo é frescura, eu sempre tive um ódio mortal, mas havia um certo conforto em relação àqueles que me enxergam como “doente”, porque isto significa que eles tem sensibilidade e estão sendo sensíveis comigo.

Começo a sentir um desconforto agora com estes “sensíveis” também. Eu não quero ser tratada ou enxergada como alguém que tem uma “desvantagem”, uma “perna quebrada”. Eu quero ser vista como alguém como qualquer outra pessoa, que, como todo mundo, tem seus problemas, e, também como todo mundo, é perfeitamente capaz de viver e conviver com os problemas, utilizando suas habilidades, e até mesmo aprendendo novas habilidades.

Eu entendo que, antes de qualquer coisa, EU devo me enxergar como uma pessoa perfeitamente normal – utilizando a palavra “normal” por falta de termo mais adequado. Qual é? Ou eu sou uma frescurenta ou uma completa incapaz? Tem que haver um meio termo! Eu ainda não descobri este meio termo.

Admitir que, na realidade, o que pode nos travar ou impulsionar é a forma como nós nos definimos e não a forma como os outros nos definem é algo difícil. As frases reflexivas e filosóficas rolam como avalanche nas redes sociais, as pessoas compartilham e se identificam, mas não absorvem. Fala-se muito. Sente-se pouco.

Admitir que nós estamos só dizendo que depende da gente e blablablá, mas continuamos nos enxergando dessa forma restritiva é ainda mais difícil, porque não depende exclusivamente de pensamento, depende de emoção.

A consciência é fruto da emoção que se liberta, portanto, para haver consciência, é necessário haver emoção.

Este desconforto que comecei a sentir, esta raiva, é um sinal de que um outro passo eu dei nesta caminhada para me libertar do estigma. A questão agora é absorver. Mas como absorver? Como sentir? Como encontrar o meio termo e viver o meio termo? Como aceitar que eu sou “normal”?

Não depende dos outros. Isto é informação conhecida e disseminada. Depende de mim. Mas eu entendo que o caminho dentro de mim também é longo, o importante é não parar de caminhar.

Neste caso, caminhar é refletir. Refletir e refletir mais. A respeito do que eu sinto. E deixar que o sentimento se desenvolva e brilhe com a ajuda da reflexão.

Vamos fazer terapia, minha gente! Hahahahaha.

Um abraço carinhoso, e força. Sempre.

Cada pequeno passo é GIGANTE

Olá, olá, minha gente!

Dando uma passadinha para colocar uma proposta aqui, para aqueles que estão fazendo psicoterapia.

Hoje tive sessão, e a minha psicóloga fez um comentário que me fez pensar. Ela disse assim: "Há dois anos atras, a gente não estaria tendo esta conversa. Falar mal de alguém? Jamaaaais! Não pode! Mas hoje você fala. Eles são imbecis".

Eu estava falando a respeito das pessoas que acham que o que eu tenho é frescura, que eles simplesmente são imbecis. Rs.

Bem, isso me fez parar para pensar no quanto eu já mudei e superei.

Há dois anos atrás, eu era completamente escrava da necessidade de agradar aos outros, da minha baixa auto-estima, da minha culpa, do meu sentimento de inferioridade. Às vezes parece que nada mudou nesse aspecto, mas pequenos detalhes como este que minha psicóloga apontou me mostram como, na verdade, muita coisa mudou.

Há quanto tempo você está fazendo tratamento? Há quanto tempo você decidiu superar as coisas que te fazem funcionar de uma maneira que não te deixa ter uma vida? O que você percebe que mudou desde então?

Cada pequeno detalhe conta. E, como já disse o Dr. Leonardo, cada avanço é seu, não se anda para trás.

Um abraço carinhoso.

sábado, 27 de outubro de 2012

Uma semente seca

Oiiii!!!

Faz tempo... rs.

Esta semana tive consulta com meu psiquiatra, ele dobrou a dosagem da minha medicação. Isto não é nada demais, visto que eu tomo apenas um medicamento, a quetiapina, que veio para mim, a princípio, com o objetivo de controlar sintomas de despersonalização desencadeados por minhas crises de ansiedade, e como sedativo. Agora - e com certeza era um objetivo desde o início -, a ideia é que seajm aproveitadas também suas propriedades antidepressivas.

Meu médico é bastante cuidadoso, vejam: eu comecei tomando apenas 25mg/dia, depois 50mg/ dia, e, desta vez, devo tomar 75mg durante 7 dias para, então, passar a 100mg. Isto permite que ele vá observando com detalhe os efeitos do medicamento escolhido pelo no meu organismo, e, assim, o tratamento seja baseado sempre em muito critério.

Mas eu tenho a sorte de estar sendo cuidada por um psiquiatra que, acima de tudo, é muito humano, não é "bitolado" em farmacoterapia e nas origens genéticas e biológicas das patologias, e entende que eu cheguei a esta condição devido à forma como me desenvolvi psicologicamente.

Ele me disse algumas coisas muito interessantes nesta última consulta:

Estávamos conversando sobre minhas dificuldades em lidar com tarefas e situacões sociais. Eu perguntei: "será que algum dia eu conseguirei realizar tarefas?". Eu não consigo! É mais forte que eu. Ele entende que é.

Ele me respondeu que sim. Ele me disse que nunca viu um paciente regredir; que todo avanço é algo permanente. "O que você alcança é seu."

Ele fez alguns comentários daqueles que ele sejmpre faz sobre como eu não cresci nas condições mais favoráveis para me desenvolver emocionalmente, e eu perguntei: "e a vida é favorável para alguém?".

Ele fez a seguinte comparação:

Imagine que eu coma melancia e jogue a semente pela janela. É muito improvável que ela chegue a germinar, mas suponhamos que ela, por sorte, caia em uma pequena fresta na terra e consiga se aninhar ali, e que tenha a sorte também de o tempo colaborar e chova, e as condições sejam favoráveis para que ela germine.

Mas isso é muito improvável.

Agora, se eu falar para você: "vamos ali plantar uma semente", e a gente afofe a terra, adube, regue, e cuide para que essa semente germine, muito provavelmente ela vai vingar.

Ele disse: "a criança é a semente".

Certo. Eu entendi tudo. Amei a comparação. E acrescentei:

"Então, nessa comparação eu sou uma semente seca."

Seca porque o tempo passou e eu não germinei.

E ele disse: "agora você fez uma comparação... sublime! Você é uma semente seca, mas não uma semente morta. Na época em que deveria ter germinado, as condições não foram favoráveis, mas ainda pode germinar, só que precisa de mais cuidado."

Eu não sou uma semente morta. Eu ainda vou germinar!


Um abraço carinhoso a todos.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Armadilha



Montei uma ratoeira pra pegar um ratinho que estava fazendo um estrago mais ou menos.
Não foi fácil.
Mas escolhi um pedaço de queijo suculento e com toda a destreza o coloquei na ratoeira.
O tempo passou e nem sinal do ratinho.
Me esqueci do perigo da ratoeira.
A fome bateu.
O queijo estava acessível e parecia apetitoso...
Fiquei presa na minha própria armadilha!
Fiquei presa dentro de mim!...

Wally

terça-feira, 20 de março de 2012

O Deserto é Fértil - Poesia sem a letra A

Sonhei! Um sonho límpido.
Ouvi um pequeno ruído
Despertei e vi um ser: O Cupido!
Que veio com seu espírito colorido.

O cupido veio vindo... veio vindo...
E tocou em mim sorrindo
E o deserto escuro que foi o meu viver
Tornou-se fértil e de luz veio me prover

Como foi esse evento luminoso?
De certo foi o destino venturoso
Que com seu poder misterioso
Concretizou o meu sonho glorioso

Um brilho reluzente
Foi produzido em mim
E como o Sol poente
E meiguice feliz sem fim

Epílogo: Crepúsculo inesquecível de um conto feliz!

Wally 

P.S. Escrita em 1991

domingo, 18 de março de 2012

Quê fazemos das conquistas?

Há um lugar em nossas almas onde cada um de nós deixa jogadas todas as nossas próprias vitórias, e acabamos passando pela vida sem as notar.

É onde deixamos de celebrar os sorrisos, e guardamos as conquistas, muitas vezes, antes mesmo de dedicar um olhar atento e perceber sua verdadeira magnitude.

Nós fazemos descaso delas!

As escondemos porque estamos muito assustados, aterrorizados por nossos monstros interiores, e não nos damos a chance de verificar a mágica alí constante.

Estamos negando a nós mesmos a única coisa capaz de transformar nossos monstros em amigos de brincadeiras de rodas, e nossas trevas em jardins de aromas e luz.

Não negue a si o direito de se orgulhar de cada pequenino passo, por microscópico que seja. Ele é seu, você deu tudo o que podia dar de si. E é o teu reconhecimento pelo teu próprio mérito que vai te levantar da próxima vez que você cair.

Portanto, sinta-se grande por cada dia que você resiste à dor, e por cada iniciativa que você toma, mesmo que você desista de alguns planos, pois você deu um primeiro passo, e ele não foi fácil, portanto, é mérito seu e bem-diz de ti!

Sinta-se o maior dos maiores por cada fossa que você ja conseguiu superar.

Você é forte, digno, guerreiro e vencedor! Nunca deixe que ninguém te faça se questionar sobre isso, e repita isto para si mesmo tanto quanto você puder.

Acho que três vezes ao dia é bom. \o/... Rs.

Um beijo carinhoso nos narizinhos de vocês!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Alguns desenhos

Os desenhos a seguir estão no meu caderninho.

É certo que, de alguma forma, há muito de mim em cada um deles.

Queria mostrar a vocês. Pra interagir. =P
Hihi.










É... São eles.

Não tenho muito mais o que dizer. Hihi.

Abraços carinhosos!

sábado, 3 de março de 2012

Essa sou eu...

Eu sou uma luzinha minúscula no meio da multidão, uma luzinha que pertence ao show mas não tem o que celebrar. 

Eu sou um pontinho enorme de tristeza e desespero no meio das pessoas enlouquecidas cantando "I can't live, with or without you"♫♪. Eu sou uma pequena voz em meio a tantas pessoas que sofrem...

Mas eu também sou a sacola barata de roupas sem personalidade que agora guarda tudo o que quase foi, tudo o que poderia ter sido e mais o nosso louva-deus de folhas amareladas, cansadas e quase virando pó, quase virando nada e se espalhando pelo mundo que é enorme demais para parar quando sofremos.

Eu sou o nosso louva-deus e estou quase virando nada.

Mais do que tudo, sou a garotinha assustada, cinco ou seis anos...
… assustada com a vida, assustada com a porta trancada e a solidão.

Essa mesma garotinha mal resolvida que vaga dentro de mim, como um espírito que não aceita evoluir...
(Tati Bernardi)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

domingo, 15 de janeiro de 2012

Aprendi nos ultimos meses...

Já tem tempos que eu não escrevo aqui, e isto é porque ainda não tive nenhuma historia pra lhes contar.

Mas tenho algumas coisas que aprendi a compartilhar com vocês:

- Não dá para ter uma relação saudável com qualquer outra pessoa antes de ter uma relação saudável comigo mesma. Me conhecer, me encontrar, me entender, me aceitar e me amar. Para isso, terapia e força de vontade, disposição. Ter uma boa relação comigo, resolver os meus proprios conflitos, me permitirá administrar melhor relações e conflitos com outros. Me permitirá entender com mais verdade, com menos distorções, o que acontece à minha volta, com outras pessoas, em minhas relações.

- É necessário se empenhar no meio termo. Esta é uma das coisas mais difíceis para uma pessoa com TPB, mas é também o melhor exercício para ela! Esta coisa de tudo ou nada só piora as coisas. Se eu não consigo encontrar o meio termo sozinha, eu posso pedir a ajuda de alguém que esteja vendo a situação com mais clareza do que eu.

- Menos é mais! Pensar menos, procrastinar menos, temer menos, querer menos. Fugir das intermináveis discussões consigo mesmo sobre o futuro. Pare de fazer isto! Aceite para si um objetivo de cada vez. Nós temos a mania de planejar dezenas de coisas e, com isto, nos confundirmos e não realizarmos nenhuma delas. Que o próximo passo seja sempre o maior objetivo! Quando você olhar, já vai ter feito muitas coisas, alcançado muitas metas, sem nem perceber, só prestando atenção nessa simples premissa: menos é mais.

Estas foram as lições que aprendi nos ultimos meses. E você? Tem algo a compartilhar conosco? Fique à vontade!

Um beijo carinhoso, com toque de seda, na sua bochecha esquerda.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Chamado

CHAMADA EM FOCO
Quando a Arte é fundamental no Compêndio do Coração
Convite de Hamires, Simone e Wally

Desenho por Hamires Cristine Ferreira
A arte sempre foi um viés para a cura e para mostrar como a genialidade humana encontra um caminho, através da criatividade daque
les que vivem sempre muito próximos dos limites do inconsciente coletivo, repleto de elementos e símbolos marcantes, que tornam seus viajantes verdadeiros mensageiros da arte. Tais limites, ora são como as cores em uma aquarela que fazem amor umas com as outras, mesclados em territórios neutros até se definirem melhor em suas regiões, ora são bem definidos e traçados como as rimas de um poema inteligente.
Aos que vivem na arte sua paz, angústia e felicidade, emoções, pesadelos e elucidações, enviamos este convite especial!
Estamos à procura de pessoas com perfil “bipo-border”, bipolares, esquizofrênicos e borderlines, que sejam artistas em potencial, escritores, poetas, pintores, escultores e afins, para juntos elaborarmos uma obra cuja forma final será a de um livro.
 
 
Se você:
  • Escreve: poemas, suas idéias, crônicas ou outros estilos;
  • Desenha;
  • Pinta;
  • E outras formas de arte que possam ser registradas em livros, como a fotografia;
Por favor, nos envie seu trabalho ou deixe seu comentário abaixo, para que possamos entrar em contato com você.
Caso desejar, por gentileza, entrar em contato nos seguintes e-mails:
  • hamirescristine@yahoo.com.br
  • simone.luciaurea@gmail.com
  • wallyelsissy@gmail.com
Nós nos reuniremos, nos conheceremos pessoalmente ou faremos um fórum virtual para que haja uma votação justa a respeito das obras de todos, no momento da escolha dos trabalhos que deverão compor o livro. Este progresso será cuidadosamente considerado. E no momento, estamos focadas em receber sua arte com nossos corações abertos.
Será uma literatura especial, um compêndio de arte que representará nossa essência em potencial, nossa voz para o mundo, recheada de dizeres, imagens e algumas análises de potenciais ignorados pelo objeto sociedade, feitas pelos próprios artistas.
Ficaremos gratas, felizes e honradas em receber seu talento!
Gratidão!
Hamires, Simone e Wally
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